21 de novembro de 2014

As últimas compras

Foi com alguma tristeza que constatei que as sapatilhas Salomon Sense Mantra 2 não são a sapatilha ideal para mim. Após um treino em estradão e muitas dores nos joelhos percebemos que as sapatilhas são minimalistas, adequadas para atletas à séria, dos que correm quase em bicos dos pés, eu nem aspiro em ser atleta, sou uma mera amadora que gosta de andar com os atletas e que preciso de umas sapatilhas com amortecimento e de preferência adequadas ao meu tipo de pé.
Foi um mau...não, foi um péssimo investimento. Foram caras e não as consigo usar, apesar de serem excelentes na aderência e de serem umas sapatilhas que muitos atletas usam para mim não servem, e essa aprendizagem apesar de nos ter saído cara agora vai servir também para o meu marido não cair na mesma asneira quando comprar as próximas.


Só que perceber isto, a uma semana de ir fazer os 24km de caminhada inserido no Trail da Lousã (UTAX) ainda foi mais preocupante, eu não iria aguentar pernas e joelhos durante tantos kms com essas sapatilhas logo a preocupação era comprar outras, que se adequassem a mim e que não fossem caras, porque uma coisa que já aprendemos é que por aqui não há grande escolha, e se é para "desenrascar" ao menos que não fossem ao preço das Salomon.
Então depois de ir a várias lojas que se dizem de desporto mas mais parecem uma loja exclusivamente casual optei pelo que me pareceu ser o suficiente para remediar a situação, ou seja acabámos por comprar umas Asics Júnior Fuji Trabuco. Ok não são giras e com cor de rosa, não são e tenho muita pena porque um dia quero umas assim...de rapariga, assim bonitinhas, mas dentro do timing e do preço revelaram-se uma excelente compra. Boa aderência, bom amortecimento e portaram-se muito bem ao longo de 24km.

Nota1: Mas eu juro (marido) que vou encontrar umas sapatilhas de menina...vou vou!!


Nessa caminhada da Lousã usei uma mochila Camelback que o meu marido tinha de andar de bicicleta, mas uma vez que no Zêzere ia fazer o trail eu precisava de algo melhor que se ajustasse mais ao meu corpo para correr, e vai daí que andámos à procura e o que nos pareceu melhor e mais adequado foi a mochila de trail para mulher da Kalenji, é uma mochila a um preço bem mais acessível que as de grandes marcas mas mais uma vez a relação preço/qualidade é excelente. É uma mochila realmente desenhada e pensada para mulheres, que não aperta o peito e que traz a bolsa de água que eu nunca tinha experimentado e adorei, vamos a correr ou a andar e é só ir bebendo sempre que nos apetece, sem ter bidons a saltar à cintura ou pôr e tirar bidons (já em aconteceu um me cair por ter ficado mal posto). É ideal para a água, como já disse, e para levar tudo o que podemos precisar numa prova como umas barras de cereais, gel, bolsinha com primeiros socorros, impermeável, etc.
Estou mesmo fã.





Como ultimo investimento comprei esta semana uns canos de compressão da Myleggs, nunca usei nenhuns mas dizem maravilhas, o meu marido tem uns da compressport e não os larga nem por nada. Eu que fiquei com um belo de um empeno logo na segunda feira mandei vir uns, optei por esta marca porque é nacional, são giros e tenho tido bom feedback.

"Benefícios:

  • A parte da frente (canela) mais resistente para proteger a parte frontal da canela, com termo regulacao sem comprometer a eficácia
  • A parte traseira (musculo) mais elastica em que se adapta ao teu esforço.
  • 2 diferentes paineis de compressao tubular que maximizam o retorno venoso.
  • Melhor eficácia, performance, endurance e recuperacao.
  • Este modelo tem duas linhas verticais estruturantes e estabilizadoras que modelam e estabilizam as perneiras/meias"
 
 Vamos agora ver quando os usar se realmente noto diferença.


Nota2: Estes foram os escolhidos porque dá com tudo e como as sapatilhas já não são cor de rosa mesmo ao menos que não pareça uma arvore de natal.

 
Nota3: Estas seriam sempre a minha "escolha acertada" se não fossem as circunstancias :)




Missão 24 - correr pela vida

Não foi uma prova de trail mas foi uma prova de "amor" que motivou os NEL-Pédatleta e os OFFTELL Runners a se unirem por uma grande causa...angariar donativos para a Maternidade Bissaya Barreto para a Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatologia. A ideia que surgiu do atleta Mário Salgueiro após ter tido gémeos prematuros e que foi materializada por estes dois grandes clubes de corrida.
Foi com grande orgulho que nos unimos a esta causa, na Praça Rodrigues Lobo em Leiria nos dias 24 e 25 de Outubro em que durante 24h estiveram passadeiras e bicicletas estáticas à disposição para quem quisesse usar mediante um pagamento simbólico que revertia para a maternidade.
Eu e o meu marido participámos correndo nas passadeiras e participámos com a nossa ajuda nesta causa, sendo voluntários e ficámos com os corações cheios quando foram anunciados os valores angariados e o material oferecido à maternidade.
 
Mas a estrela foi mesmo o João Colaço, o grande ultra maratonista, que se ofereceu para correr durante as 24h sem interrupções maiores do que as estritamente necessárias para satisfazer necessidades básicas (nas quais não está incluído dormir), ele sim, "correu pela vida".
 
Podem ler tudo aqui.
 
 

Trails

Alguns acontecimentos tiveram uma relação direta com o facto pouco escrever (ou nada) por aqui, como um acréscimo elevado de trabalho entre outras coisas, mas a verdade é que é pena...porque acima de tudo este blog serve de registo, para mim e não para os outros, e é a mim que vai fazer falta um dia mais tarde (para recordar) e não aos outros...ah e quem não é bem vindo por favor não venha aqui ao meu espaço, porque a vida continua e eu estou bem obrigada!
 
Muitas coisas boas têm ficado por registar, entre elas alguns feitos desportivos dos quais tenho muito orgulho, como a minha ida à caminhada inserida na grande prova de trail UTAX da Lousã, "Caminho de Xisto" onde fiz pela primeira vez um grande percurso, de 24km, com um desnível positivo e negativo de cerca de 1400mts e em que os primeiros 6km foram sempre a subir em serra até ao ponto mais alto. Vimos paisagens maravilhosas, fiz amigas novas, tive pela primeira vez que atravessar ribeiros com bastante corrente e ainda andei mais algumas vezes com os pés dentro de água. Chegar ao fim, passar a meta, apesar de na vertente de caminhada, trouxe um sabor especial, com muito orgulho de mim.
Mas mais orgulhosa fiquei do meu marido, que foi fazer 42kms de trail, o TSL, e mesmo com uma lesão que sofreu nos primeiros 10km concluiu a prova com um tempo de louvar pelo esforço acrescido que teve por estar lesionado, vários nimeds, os bastões e a força psicológica que ele tem levaram-no à sua vitória pessoal, que era terminar a maior prova de trail que ele fez. Depois de um empeno e de fisioterapia hoje em dia só pensa em fazer um ultra trail e fazer parte de um grupo de atletas que são acima da média.




Mas o ponto alto foi sem dúvida a prova que fizemos o fim de semana passado, o "2º Trail do Zêzere", que teve o ultra trail de 55km, o trail de 30km, o mini trail de 17km e a caminhada de 12km.
Há umas semanas fui desafiada pelo meu marido a fazer o meu primeiro trail em que ele me iria acompanhar (pela primeira e última vez porque as distâncias que o motivam já são outras)...e eu aceitei o desafio.
Lá nos inscrevemos no K17 e a prova foi superada com muita alegria. Nunca corri tanto na vida, mas também caminhei bastante, o desnível acumulado positivo de 732mts (e negativo de 751mts) deu para ir uns kms a dizer mal da vida, mas depois veio a parte gira, as descidas, íngremes mas que foi tão giro de fazer, vi muitos espalhos e muitos rabos cheios de lama, noutra altura atravessámos o rio e mais acima trepámos pedras enormes sempre agarrados a cordas, e são estas coisas que adoro no trail. Vi paisagens de cortar a respiração e corri mais um bocadinho, diverti-me tanto.
O ponto alto...foi a chegada à meta sem dúvida, acabar dentro de um pavilhão, a correr numa passadeira vermelha, chegar à meta a ouvir no nosso nome no microfone encheu-me assim o ego. Fui esperta, escolhi uma grande prova com uma grande organização para começar o meu percurso dos trails.
Já agradeci mas nunca é demais voltar a agradecer ao meu marido, que foi só fazer um "aquecimento" mas que me ajudou bastante física e psicologicamente durante aqueles 17km que me deixaram cá o bichinho a pedir por mais. Foi um grande apoio!
 
 
 
E como a vida não é só feita de coisas boas veio igualmente o belo do empeno, como nunca tinha sentido na vida, e que cada vez que me precisava de me levantar ou deslocar era um suplício...mas descer ou subir escadas foi assim...de dar vontade de chorar. Mas valeu a pena cada dorzinha que tive :)