18 de outubro de 2017

Incêndio de 15.10.2017

Infelizmente este fim de semana foi trágico, teve tantas coisas boas, tantos momentos deliciosos para recordar mas o que fica é a tragédia que nos assolou a partir de domingo à tarde.
Depois de almoço o meu marido, Adjunto de Comando dos Bombeiros, saiu para um incêndio que queria eu acreditar que iria ser controlado e que tudo ficava por aí. Mas a realidade não foi bem essa, o pior cenário que se podia imaginar para a nossa zona aconteceu, e o "Pulmão" de Leiria ardeu, houve incêndios por todo o lado, os bombeiros não tiveram mãos a medir, fizeram o possível e o impossível para ocorrer a todas as chamadas, a todas a frentes deste gigante que quase nos engoliu, trabalharam horas infinitas a troco do sabor de dever cumprido, de vidas salvas, de casas intactas...de um obrigada de todos nós.
Eu e a nossa filha ficámos por casa, a ver aquele cenário dantesco de fumo e horror, sem nunca tirar os olhos do horizonte, do clarão laranja que parecia longe mas sabiamo-lo tão perto, umas vezes mais intenso, outras menos, e depois muito intenso novamente...ninguém conseguia dormir. Tentei que a minha filha jantasse, o pouco que comeu vomitou numa das vezes que veio à porta da cozinha e viu o cenário brutal, tentei que dormisse mas não conseguiu, estávamos sozinhas e eu tinha que ficar alerta ao fogo, havia pinhal muito perto da nossa casa, ela queria ficar comigo, não saía de perto de mim nem por nada, acabámos por ir as duas para a rua novamente.
Iamos tendo notícias do meu marido a dizer para ficarmos em casa que estávamos em segurança lá, mas as coisa complicou-se, e o fogo aproximou-se das casas do fundo da rua num ápice por volta das 2h da manhã. A GNR passou a avisar-nos pelo megafone para sair o mais rápido possível, e esse vai ser um som que de certeza nunca mais iremos esquecer, as palavras de urgência ditas com a convicção da autoridade mas com o medo como todos. Nós e todos os meus vizinhos fomos evacuados...entrámos em casa para vestir (muitos de nós já andavam de pijama) e levar alguma coisa conosco, pedi à minha filha para vestir e levar o pijama e uma roupa extra o mais rápido possível, eu vesti-me e arranjei duas ou 3 coisas para levar e antes de sair ainda agarrei no meu portátil, tenho lá todas as fotos da vida da minha filha, ela...bem ela sabia bem o que queria levar, arranjou a roupa, o coelhinho de dormir, a bomba ventilan, meteu todos os livros da escola na mochila (apesar de já ter a mochila arranjada para o dia seguinte), os patins e uma lanterna. Estas foram as coisas que ela quis salvar, o que é importante para ela. Metemos tudo no carro e fugimos, fugimos daquele pânico, mas com o medo de perder tudo o que temos, quando finalmente estavamos longe e o meu marido ligou eu só chorava e dizia que não tinha trazido nem uma roupa para ele, foi a descarregar o medo que estava a sentir.
Fomos para casa dos meus pais que fica a alguns kms de nossa casa, mas suficientemente perto para também lá estar fumo intenso, queria deixar lá a minha filha e voltar para perto de minha casa, tinha o falso sentimento que estando por perto a casa se iria salvar (ao que a aflição nos leva), mas ela não queria que eu fosse, não queria deixar de me ter por perto...para os nossos filhos somos sempre super-mulheres e super-homens que estando por perto nunca lhes irá acontecer nada de mal.
Não conseguiamos dormir, não conseguiamos deixar de pensar no pai/marido que estava naquele inferno, não conseguia deixar de ouvir na rádio local o desenvolvimento da situação, não conseguia deixar de falar com os nossos vizinhos para saber como estavam todos, a todo o minuto recebia msg de preocupação dos nossos amigos. Às 5h e tal da manhã lá consegui com a menina adormecesse mas ela teve sempre a mão dela em cima de mim, estava sempre à minha procura na cama, tive que ficar por lá. Por volta das 8h da manhã levantei-me para atender vários telefonemas, para  saber do meu marido, para saber dos meus amigos, para ter notícias. Ficou tudo bem com as casas e de manhã todos puderam voltar.
Mas o pesadelo dos incêndios não passou, ainda ardeu durante toda a segunda-feira e houve alguns reacendimentos na terça-feira.

Estes dias foram pelas palavras da minha filha, "os piores dias da vida dela"...isto dito por uma criança de 10 anos.
 
Ao fim de 30h de trabalho intenso no fogo o meu herói regressou a casa exausto, feliz por por terem salvo todas as pessoas e todas as casas, foi no entanto impossível salvar o Pinhal de Leiria deste monstro, mas foi feito um trabalho fenómenal por estes homens Bombeiros VOLUNTÁRIOS, e que nunca ninguém se esqueça disto, são pessoas como todos nós, mas que deixam a família em casa para irem ajudar todos os outros, que estão horas infinitas sem dormir, sem sequer descansar um minuto mas que depois nas televisões o que passa são as pessoas a queixarem-se que ao pé da casa deles não apareceu nem um bombeiro, e eu fico triste e lamento que assim seja, porque nunca se esqueçam que em Portugal os bombeiros são muito poucos para tragédias imensas como esta do dia 15.10.2017, que os meios são poucos porque o Estado gasta dinheiro em bons carros para todos os ministros mas dá uma ajuda muito limitada para a compra de carros de bombeiros, porque o Estado (esse organismo para onde descontamos uma grande parte do nosso salário) dá pensões chorudas a ex ministros mas não dá incentivos aos bombeiros voluntários, não lhes agradece de forma alguma o trabalho feito todo o ano...sim porque não nos podemos lembrar destes homens só quando há um grande incêndio, porque eles trabalham de forma VOLUNTÁRIA todo o ano para nos proteger e nos socorrer em qualquer situação de aflição.
E o apelo repete-se...façam alguma coisa por estes seres humanos tão generosos, alguns perdem a própria vida a ajudar os outros, eles merecem reconhecimento.
 
À bocado em conversa com um bombeiro ele disse uma coisa tãoooo acertada e que foi: "Se em cada empresa cada funcionário desse 1€ por mês para o quartel de bombeiros da sua localidade seria uma ajuda brutal".
Sabem quanto custa por ano ser sócio dos bombeiros?????? Pois meus senhores, abismem-se...são somente 15€!!! Sabem quantas pessoas da Marinha Grande são sócias dos Bombeiros?? É uma percentagem miníma.
Quando os senhores da direcção dos bombeiros chegam às empresas quase que a mendigar para que as empresas se tornem sócias e paguem somente 50€/mês para ajudar esta instituição e com isso tenham benefícios muitas vezes é-lhes dito que vão pensar e a resposta nunca chega. Mas nestes dias fatídicos todas a gente chamou e chama pelos bombeiros.
Pensem nisto!!
 
Este post já vai extenso e aproveito para deixar uma imagem a partir da minha casa no domingo à tarde...à noite ficou muito pior.
 
 
OBRIGADA MARIDO...OBRIGADA A TODOS OS BOMBEIROS QUE NOS SOCORRERAM NAQUELE DIA E SOCORREM TODOS OS DIAS DO ANO.

9 de outubro de 2017

Sem portátil

Como é que se perde um cabo de alimentação de um portátil numa casa??? Digam-me como srs!!!!
Normalmente usamos o portátil em casa, e segundo o que nos lembramos o último a usá-lo foi o meu marido e foi na sala lá de casa, e como sempre quando acabamos de o usar arrumamos na mala com o rato e cabo, só que desta vez não foi bem assim, parece que o cabo ficou na ficha, parece que alguém o tirou e o arrumou tão, mas tãoooo bem que nunca mais o vimos. Achamos que já procurámos em todos os cantinhos de casa, que também não é assim tão grande, mas não o encontramos.
Já pensámos em comprar um cabo de alimentação novo, mas dana-me gastar esse dinheiro porque de certeza que está em casa, o portátil não saiu de lá...hum tenho que pedir a alguém que lhe "reze o responso", nunca se sabe se não funciona, e que as há há!!!

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6 de outubro de 2017

Leitão


Fomos almoçar fora...comemos leitão...e agora estou com remorsos, não por causa do animal em causa mas porque aquela pele estava tão boa, tão estaladiça que é impossível tê-la no prato e não a comer, e amanhã lá terei que me esforçar o dobro para estas gordices desaparecerem do corpinho.
 
 
O raio do sentimento de culpa é lixado, ai mas estava tão bom!!!!
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Dia de Pescaria

Que feriado tãoooo bom... comecei o dia da melhor forma com uma bela aula de ginástica no Be The Change às 10h da manhã, e o exercício faz com que o dia corra muito melhor.
Mas nada me fazia esperar um dia como o que tivemos, nada me fazia prever que ia adorar ir à pesca e que estou desejosa de voltar.
Depois de um almocinho na Figueira da Foz com calor que permitiu voltar a vestir calções e com a tranquilidade própria desta altura do ano fomos os 3 para o Pescódromo de Lavos e soube tão bem...apesar de a nossa filha ser tão tagarela e não se calar por 1 minuto que fosse, havia sempre mais alguma coisa a perguntar ou a dizer, acho que até os peixes fugiam por isso, e sim eu precisava de silêncio, é disso que também se faz a pesca. Já aprendi a pôr a isca e a tirar o anzol do peixe, um dia destes aprendo a lançar, mas por enquanto e antes que deixasse a chumbada e o anzol em terra em vez de em água optámos por ser o marido a lançar. Ele, coitado, mal pegou nas canas só punha isca e lançava e aturava a filha, uma vez que em cada plataforma só podem estar duas canas e eu "apoderei-me" da cana dele e a canita ficou com a cana alugada. Eu tirei duas douradas, o meu marido no pouco tempo que teve acesso à cana apanhou uma dourada e a minorca apanhou uma dourada e dois peixinhos cheios de "fofice" (leia-se minusculos) que devolvemos à água para continuarem a crescer.
 
 
Estivemos lá 4 horas...e só pareceu 1h...soube mesmo bem e o tempo voa por lá.
 
Sem dúvida a voltar brevemente.

2 de outubro de 2017

A vida é bela...frase conhecida, sentimento de muitos, mas verdade absoluta.

Muitas vezes me apetece vir escrever o quanto sou ou estou feliz, menos vezes me apetece escrever que estou triste ou aborrecida, portanto o saldo é muito positivo, mas no fim acabo por não escrever sobre isso ou sobre outra coisa qualquer, portanto há meses que não escrevo e ponho aqui tudo de bom que vale a pena mais tarde recordar nem outra coisa qualquer.

Mas nem muita coisa mudou, mas muita coisa aconteceu. Numa queda nas escadas de casa na véspera da festa de aniversário da minha filha, no dia 23.06.2017, fiz uma entorse de 3º grau e parti o pé, fui mal diagnosticada e com isso andei dois meses de muletas, ao fim de 3 meses ainda tenho dores e limitações na mobilidade do pé. Com isso "estraguei" as nossas férias, porque estava proibida de ir à praia mas fazer qualquer outra coisa que precisasse de andar era um suplicio porque isto de andar de muletas tem muito que se diga.
A minha princesa já fez 10 anos, foi para o segundo ciclo, tomámos a decisão de a mudar de agrupamento escolar, está no quinto-ano numa escola nova, numa turma completamente nova, e está a adorar, todos os dias sentimos que tomámos uma boa decisão.
O meu marido...bem o meu marido é um doce, excelente pai, excelente marido mas ainda não trouxe nenhum robalo para casa este ano :)