Eu não sou pessoa de "conhecer este mundo e o outro", não sou "pior que o pai Natal" (esse é o meu namorado), não sou de me dar muito a conhecer nem de fazer amizades facilmente, nunca fui. Tenho poucos amigos, alguns muito bons, outros em quem eu confio até determinada altura mas que por alguma coisa perco a confiança, os "amigos" que são uns intriguistas, que só estão bem quando estou mal, enfim.
Para dizer a verdade tenho uma grande amiga, uma amiga que conheci aos 17 anos, que ainda hoje é a minha amiga, a minha amiga do coração, que me apoia nas minhas decisões, que me ampara quando dou grandes "quedas". Curiosamente é a verdadeira amiga, que mesmo nao a vendo todos os dias nem se calhar todos os meses, com quem falo de vez em quando por telemóvel, quando estou com ela ou falo com ela tenho a sensação que ainda ontem estivemos juntas, porque nada muda, não há rancores porque não lhe telefonei ou visitei nem o contrário. É a minha verdadeira e grande amiga.
Também tenho um grande amigo, meu amigo há 20 anos, meu amigo que sempre só me quis ver feliz, mesmo que isso lhe trouxesse infelicidade a ele, meu amigo com quem partilhei as minhas lágrimas nos momentos de dor e sorrisos que só ele me sabia arrancar mesmo quando tudo parecia perdido, meu amigo do coração...que actualmente dorme comigo por sinal. É o meu namorado, que é meu amigo desde sempre, e meu namorado desde há pouco tempo, mas quem me ajudou sempre a superar as coisas más (mesmo desgostos amorosos) e com quem partilhei as coisas boas da minha vida. É e sempre será o meu grande e bom amigo, e agora a minha "metade" para sempre. A ele se deve o nome do blog, "de sempre para sempre", porque somos amigos desde sempre e seremos unidos para sempre...mas esta é uma história que contarei um dia.
E depois tenho outras amigas, aquelas que de alguma forma nos acompanham, que a vida se encarrega de afastar e reaproximar ao longo dos anos, a quem me entrego muito em determinadas alturas, mas que noutras simplesmente não consigo. E tenho ainda as amigas que conheci na internet, nos blogs, nos foruns (de gravidez), nas muitas dúvidas que aparecem quando se tem um bebé. Dessas umas vão ficando, que nos vão acompanhando por gmail, msg, telefonemas, e outras ficam igualmente para trás.
Uma dessas amigas que mantenho dos tempos de gravidez é uma querida, falo com ela na net há quase 5 anos, conhecemo-nos pessoalmente o verão passado e gosto muito dela. Hoje com alguma pena minha ela pediu-me desculpas, desculpas de andar estes últimos dias mais afastada, desculpas de ser rancorosa com a vida, desculpas de sentir que vivemos em mundos diferentes, que temos vidas diferentes e que isso nos afasta no espaço e no tempo, e que a única coisa que temos realmente em comum são os nossos filhos, que são muito parecidos de feitio e de idade. Diz que como temos vidas tão diferentes o tema de conversa escasseia, mas pede desculpa por ela. Eu sei que não tem tido uma vida fácil, sei que as coisas não correm propriamente como desejava, mas será isso causa de afastamento!? Estranhamente de alguma forma compreendo-a mas por outro lado não compreendo, não temos que ter o mesmo tipo de vida, ou o mesmo tipo de coisas para sermos amigas, para conversar, para ter o mesmo tipo de opiniões ou não e até isso ser motivo de conversa. Enfim fiquei triste, mas ao mesmo tempo compreendo-a.
Sei que não tem grande interesse geral tudo isto, mas precisava escrever sobre o assunto, porque ainda não sei como reagir...
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