11 de dezembro de 2013

Cães

Desde que os meus pais construíram uma moradia com bastante terreno à volta, tinha eu cerca de 7 anos, que sempre tivemos cães, um ou dois, tivemos o "Joi", o cão que mais nos ficou no coração, que mais anos esteve connosco e que foi um grande companheiro para o meu irmão (mais novo que eu), mais tarde quando eu andava no 5º ano deram-me uma cadela pequena, a "Tucha" que eu adorava, que andava sempre comigo, com a qual eu passeava no cesto da minha bicicleta, mas pelo meio os meus pais sempre tiveram um outro cão, de maior porte que cumprisse o dever de "guardar" a casa. Quando a Tucha morreu de velhice custou-nos tanto que eu disse que não queria ter mais cães meus...mas eu nessas coisas sou muito melosa e mais tarde, quando já tinha uns 20 anos fiquei derretida por um Dálmata Albino que uma amiga da minha mãe tinha para dar, ela fazia criação de Dálmatas mas aquele por ter as pintas castanhas e não as famosas pintas pretas não seria fácil de vender apesar de ser de raça pura, paguei só as vacinas e o registo e fiquei com ele, fomos muitas vezes juntos à praia, passeámos muita vez juntos, brincámos muito, mas estes cães (albinos) têm um problema que é cegarem com a idade, e o "Bono" não foi exceção, até que um dia por causa disso se feriu com bastante gravidade não resistindo aos ferimentos.
Nunca mais tive um cão meu, havendo sempre cães de guarda no quintal, mas dos meus pais...mas também nunca tivemos problemas com cão algum, nunca nenhum de nós foi mordido ou sequer sofreu alguma ameaça por parte de algum dos nossos cães.
No entanto, quando o meu irmão era pequeno, estávamos nós num piquenique quando (também devido à ignorância da idade e dele ser arisco) um cão o mordeu num lábio, foi muito mau e quanto a mim ficou sempre uma grande desconfiança dos cães desconhecidos, dos cães de rua, ou dos cães com dono que andam soltos, não confio neles, e acho que com uma filha de 6 anos sem sequer confiaria ter um cão nosso, há historias muito dramáticas com cães de famílias com quem sempre viveram e não consigo conceber ter a minha filha a viver ao lado com o perigo.
 
Ontem de manhã uma amiga minha falou comigo toda preocupada porque a cadela pequenina dela tinha mordido na brincadeira na mão do filho dela, de 1 ano, ela não sabia se havia só de desinfetar em casa (era só um golpe mas um pouco fundo) se havia de ir centro de saúde, perguntei ao meu bombeiro ele aconselhou a ir ao centro e foi o melhor que fez porque o menino tem que ser vigiado e a ferida tem que ser desinfetada duas vezes por dia.
 
À tarde, por volta das 15h, estava eu a trabalhar, quando a minha mãe me telefona a chorar em desespero a dizer que um cão a mordeu...larguei tudo, agarrei na carteira pedi ao meu marido para ir comigo que eu estava super nervosa e "voei" até casa dos meus pais. Ela foi mordida pelo cão do vizinho à "porta de casa", ou seja entrou com o carro em "casa" e ía fechar o portão quando o cão a atacou, mordeu-lhe um braço quando ela tentou proteger a cara, rasgou-lhe o casaco que ela tinha vestido, mandou uma patada ao peito a que a minha mãe foi operada e ela ficou num tal estado de nervosismo que a tensão dela estava a 11/19. 
Aquelas pessoas são estranhas, conflituosas e os filhos são toxicodependentes. O cumulo desta história deu-se quando o filho mais velho, que segundo parece é o dono do cão, por causa dos gritos da minha mãe se apercebeu que o cão tinha saído do quintal deles e veio à rua chama-lo e foi para dentro com o cão e nem sequer prestou os primeiros socorros à minha mãe ou se preocupou sequer se ela estava bem, e ainda lhe disse "isso não é nada!".
Chamámos a policia, o meu irmão ficou à espera deles, eu fui com a minha mãe às urgências, entrou logo, desinfetaram-lhe o braço, fez gelo (porque o braço inchou logo) e baixaram-lhe a tensão. Obviamente de lá fomos à policia apresentar queixa e foi aberto um processo crime.
Na minha opinião tão mau foi o cão ter mordido a minha mãe como o facto dos fdp do senhor não ter prestado qualquer auxilio à minha mãe, e isso indigna-me muito...mas não melhor é o facto de quando a policia falou connosco nós termos referido ser o cão do sr I e eles dizerem que "mas o I não aprende, há sempre problemas por causa dos cães", é que já houve mais queixas dos cães andarem na rua e se tornarem perigosos, não havendo no entanto nunca nenhuma queixa formal dos cães terem mordido alguém, apesar de já ter acontecido.
 
O nosso grande medo é que o cão é perigoso (havia também um rotweiller mas devido a queixas desapareceram com ele de lá), e a minha filha e a minha sobrinha costumam estar em casa dos meus pais, é muito comum a minha filha ir fechar o portão (tal como a minha mãe fez) quando chegamos a casa dos meus pais...e se fosse a minha filha em vez da minha mãe!?!?!??! Qual teria sido a dimensão desta tragédia!?
 
Não confio em cães...

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